A cidade de Campos do Jordão, situada em região montanhosa do Estado de São Paulo, é uma movimentada estância turística, especialmente no inverno. Essa residência para lazer está sendo implantada na parte mais elevada de uma fazenda com topografia bastante acidentada, de modo a permitir a melhor vista.

 

Para diminuir o impacto na paisagem nativa circundante de uma área construída de 2.500 m², solicitada pelo programa, o arquiteto optou por diluir a massa edificada em vários volumes interligados por uma extensa galeria em forma de “L”, que atinge mais de 60 metros de uma ponta a outra. A esquina determinada pela galeria é cortada diagonalmente pela entrada principal e ao longo de sua bissetriz se dispõe a parte social na seguinte sequencia: salas de estar, amplo terrço, jardim comofurô e um belvedere na extremidade de uma passarela de 10 metros de comprimento. Contígua á área social, porém num volume independente, está a área de serviços. Aproveitando a declividade do terreno, foram criados, sob as extremidades da área construída, pisos onde se localizam suítes para hóspedes, dependências de empregados, ateliê, sala de ginástica e piscina.

 

Num exercício totalmente divers das soluções da sua primeira fase, o arquiteto criou para esse projeto um complexo jogo de nove telhados diferentes, além de lajes impermeabilizadas, do qual pode –se depreender um manifesto contra a cobertura única, tão cara à arquitetura paulista. Os telhados foram definidos de modo a permitir a ventilação cruzada, garantindo uma agradável temperatura interna.

 

E estrutura de madeira e pedra contribui para integrar a construção com o ambiente natural. Um palácio contemporâneo que busca não ser um marco, ao contrário, disfarça –se e, diferentemente do passado, ao invés de  definir a paisagem nela se esconde.